segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

O Efeito Mozart

"O Efeito Mozart refere-se a um aumento do rendimento ou uma alteração da atividade neurofisiológica associada a ouvir sua música"


No início dos anos 90 um estudo realizado pela psicóloga Frances Rauscher e Gordon Shaw, neurobiólogo da Universidade da Califórnia, EUA, trouxe à luz na revista Nature, o que seria o início da polêmica teoria conhecida como o Efeito Mozart: 36 alunos ouviram a Sonata para Dois Pianos em Ré Maior, de Wolfgang Amadeus Mozart durante 15 minutos; imediatamente após foram submetidos a testes para avaliar seu raciocínio espaço/temporal. Outros dois grupos realizaram testes idênticos com a única diferença de um dos grupos ter passado o mesmo tempo ouvindo musicas de relaxamento e o outro ter ficado em absoluto silêncio. 


Curiosamente, a pontuação ( traduzida para a escala de avaliação de QI) resultaram ser de oito a nove pontos superiores depois de ouvir Mozart, em comparação com outras situações. Esta conclusão foi muito breve, mas suficientemente importante para não ser indiferente a qualquer pesquisador. 


Um par de anos mais tarde, Rauscher e Shaw indagaram ainda mais sobre a base neurológica do aumento da capacidade de raciocínio, testes de inteligência espacial. Desta vez, para 79 jovens projetaram 16 figuras de papel dobrado de diversas formas. Cada projeção durou um minuto e eles tinham que adivinhar qual a forma que estes números teriam quando fossem abertos. 


Durante 15 dias, um grupo escutou a sonata de Mozart, outro grupo fez o teste em silêncio e um terceiro ouvido uma mistura de outros compositores. Os resultados foram que o grupo de Mozart poderia prever 62%, enquanto o percentual do grupo de silêncio foi de 14 e 11 no grupo de sons misturados. 

A polêmica estava lançada: vários pesquisadores tentaram reproduzir aquele efeito, sem sucesso; outros foram capazes de verificar os resultados positivos, aumentando assim o interesse no impacto da música do célebre compositor sobre o cérebro humano. Atualmente não há dúvida de que o efeito Mozart existe, ainda que limitado ao raciocínio espaço/temporal. 

Efeito Mozart não só por Mozart 

Não acredito que tais efeitos sejam limitados apenas ao raciocínio espaço/temporal, muito menos que ele se limite apenas a um compositor, a música tem efeitos impressionantes, ela é capaz de criar estilos de vida e ditar atitudes de pessoas perante acontecimentos. Muitas gerações até hoje possuem estilos intimamente ligados a um ritmo. Quanto a influência da música no intelecto... Acho que não só age diretamente, como também reflete o desenvolvimento da inteligência. 

Primeiramente é preciso distinguir inteligência de conhecimento, inteligência segundo o Aurélio significa “Faculdade de aprender, apreender ou compreender; percepção, apreensão, intelecto, intelectualidade” e o conhecimento é o “Ato ou efeito de conhecer”. Com isso percebemos que a inteligência em si é a priori para o conhecimento definitivo, é ela que ditará a velocidade de aprendizado e a capacidade da aprendizagem, enquanto conhecimento é fruto das experiências. Seguindo essa linha de raciocínio podemos ter uma pessoa muita inteligente, porém de pouco conhecimento; ou uma pessoa não “muito inteligente”, mas com o conhecimento gigantesco. Com isso fica claro que o efeito das músicas, se realmente existir, atingi não o conhecimento, mas a inteligência. Agora como explicar esse efeito? Não sou nenhum Neurocientista, mas posso criar minha própria teoria. 

Como todos sabem a aprendizagem se faz através de repetições e das novas experiências. A cada nova informação assimilada os neurônios criam novas ligações, e é a velocidade em que estas sinapses se constroem que talvez pudessem determinar a inteligência. Partindo-se do pressuposto que música tem a capacidade de induzir essas ramificações neurais, poderíamos concluir facilmente que há músicas que favorecem e outras que prejudicam essas formações. 

Conduzir a mente a estados que facilitam a aprendizagem seria uma das principais influências dos efeitos sonoros. O exemplo é a possível indução ao estado Alfa “que é quando nos encontramos em estado de relaxamento físico e mental, embora conscientes do que ocorre à nossa volta, sendo a freqüência em torno de 7 a 13 pulsações por segundo;”. “De acordo com neurocientistas, analisando eletroencefalogramas de pessoas submetidas a testes para pesquisa do efeito da diminuição do ritmo cerebral, o relaxamento atento ou o profundo, produzem aumentos significativos de beta-endorfina, noroepinefrina e dopamina, ligados a sentimentos de clareza mental ampliada e de formação de lembranças, e que esse efeito dura horas e até mesmo dias. É um estado ideal para o pensamento sintético e a criatividade, funções próprias do hemisfério direito.“. 

Propor interpretações e associações com imagens e experiências seria o fator principal de uma música com boa letra. Ela faz com que o cérebro, de um modo agradável, “exercite” e fixe conhecimentos adquiridos, com isso ele melhora seu desempenho e acelera suas funções, promovendo assim, de certa forma, um acréscimo substancial na velocidade cognitiva. 

Se as músicas tiverem esses efeitos positivos, obviamente, poderá também ter efeitos reversos. Músicas com repetições sonoras desnecessárias e uma letra paupérrima podem assim também fazerem com o que o cérebro não utilize todas suas ramificações, muito menos estimulam o desenvolvimento de novas ligações, o que com o tempo consequentemente se perderá.

Fontes:
http://stelalecocq.blogspot.com/p/musicoterapia.html 
http://www.cerebromente.org.br/n12/opiniao/criatividade2.html
http://www.welbermascarenhas.com/2011/05/o-efeito-mozart-na-inteligencia.html

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